“Mesmo quando tudo
parecer desabar, cabe a mim decidir entre rir ou chorar, ir ou ficar, desistir
ou lutar; porque descobri , no caminho incerto da vida, que o mais importante é
o decidir.”
Cora Coralina.
Ludmilla, a minha
afilhada, sempre foi uma criança muito amada e se tornou uma pessoa muito
especial em nossas vidas. Ela já tinha uns 10 anos e eu ainda a carregava no
colo. E eu adorava fazer isso. É que quando eu chegava a sua casa, ela vinha correndo
me receber, com um sorriso lindo no rosto, e pulava no meu colo. E eu lhe abraçava
bem forte, levantando-a do chão e segurando-a no colo. Daí ela falava: -Dedei, você
é a única que me carrega até hoje! E eu lhe respondia: - meu amor eu vou te
carregar sempre.
E carrego até hoje. E
vou carregar sempre, só que no meu coração! Ludy, eu queria ter o poder de
carregá-la e livrá-la de todas as tristezas e sofrimentos que a vida lhe trouxer,
mas não tenho esse poder. Aliás, Ludy, infelizmente, ninguém tem. Mas nós temos,
Ludy, o poder de superar as tristezas e continuar a caminhada com fé e
determinação. Por que por mais abençoados que sejamos, as perdas fazem parte da
vida e são inevitáveis. O quanto antes você aprender isso, melhor para você,
minha querida.
Ludy e seu irmão, Leandro,
sempre foram muito amigos. Uma benção em nossas vidas. Mas, mesmo com todas as bênçãos
divinas, não estamos isentos de passar por situações difíceis na vida que eu
chamaria de perdas necessárias. E foi o que aconteceu quando eles perderam uma
cachorrinha muito querida: a Jujuba.
Eles tinham acabado
de dar banho na cachorrinha e como ela era muito sapeca, prenderam-na na
coleira para secar. Passado uma meia hora, quando foram soltá-la da coleira, ela estava morta! Foi um choque! Eles pensaram
que ela tinha se enforcado. Mas, na verdade, ela morreu de infarto fulminante.
É que ela tinha um problema congênito no coração. Ainda bem, por que pior do
que a perda da morte, seria eles se sentirem culpados por ela. O que foi
totalmente descartado, posteriormente, pelos exames feitos pela veterinária, que
comprovaram que a causa da morte foi infarto e não enforcamento.
Então, eu
resolvi lhe escrever uma cartinha assim:
“Querida
Ludy, às vezes coisas ruins acontecem conosco para que possamos enxergar o
quanto somos amados por Deus. E esse amor de Deus nos é dado através das pessoas
que Ele coloca em nossas vidas para nos ajudar nas horas difíceis. Não temos o poder
de controlar e determinar o que vai nos acontecer, mas temos a sabedoria de
distinguir o bem do mal, o certo do errado, a alegria da tristeza. E assim
podemos escolher como vamos viver: se tristes pelo que perdemos ou alegres pelo
que ainda temos. E ter o amor das pessoas que Deus colocou em nossas vidas, é a
maior benção que se pode ter na vida.
Querida,
eu sei que você está sofrendo pela perda de sua cachorrinha, e o Leandro também.
Afinal, ela era sua companheira, sua amiga, sua filhinha. E a forma como tudo
aconteceu foi muito traumático para vocês. Mas Deus é tão bom que através da veterinária,
Ele te mostrou que a causa da morte foi um infarto fulminante, ou seja, vocês não
tiveram nenhuma culpa pelo o que aconteceu. E isso é muito reconfortante, não é
mesmo?
Veja
como você é abençoada. Quantas pessoas estavam perto de você para te ajudar
naquela hora. Eu, seus tios, seu avós, seu irmãozinho. E até seus pais que
estavam viajando, voltaram no mesmo dia para te apoiar. Olha que benção ter uma
família tão unida e especial em torno de você. Isso não é uma benção? Quantas pessoas
tem o apoio total da família como você teve? Você já pensou nisso?
Portanto,
minha querida, não se deixe abater por muito tempo pela tristeza da perda. Pense
em como você é abençoada e amada pela sua família. Veja como você tem pais
maravilhosos que fazem tudo por você. E como o seu irmãozinho te admira e te
ama. E como seus avós, seus tios e eu te amamos e torcemos por você. Enfim,
você tem o bem mais precioso que alguém pode ter: uma família que te ama muito!
Agradeça
a Deus por essa benção e aceite que na vida tudo passa e que o segredo de uma vida
feliz é saber superar as tristezas e valorizar as alegrias sempre. Amar a Deus
sob todas as coisas. Ter fé e acreditar que dias melhores virão.
Com
amor, sua Madrinha Dedei.”