segunda-feira, 21 de dezembro de 2015

Crônica de Natal: O Presente do Lixeiro.


Hoje de manhã encontrei na pia da cozinha quatro caixas de bombom com o seguinte bilhete: “não abra é para os lixeiros”. À tarde recebi uma cliente, que veio de surpresa, me trazer um presente de Natal. Fiquei muito feliz! Daí pensei: é Natal e as pessoas querem presentear umas as outras. E isso é muito bonito. Mas qual a diferença entre o presente que recebi e o presente do lixeiro se todos são presentes de Natal?

Toda, por que, geralmente, as pessoas se lembram de presentear seu advogado ou seu médico, mas pouquíssimas se lembram de presentear seu lixeiro! E isso minha mãe sempre me ensinou: a me preocupar com os esquecidos. E quem são os esquecidos? São aqueles que nos servem o ano todo e que ninguém se lembra deles. Talvez por serem invisíveis à sociedade que não valoriza o trabalho deles, embora seja tão importante quanto o do advogado, o do engenheiro, o do médico ou o do professor.

Os esquecidos são o lixeiro, o carteiro, o jardineiro, o lavador de carro, e tantos outros... Enfim, são pessoas que fazem parte de nossa vida, mas que não damos a atenção e o valor necessário durante o ano, mas que, pelo menos, no Natal, podemos nos lembrar deles.

No livro de crônicas “As mães que mudaram o mundo”, o autor, Billy Graham, conta histórias reais de mães de pessoas famosas ou desconhecidas que com pequenos detalhes em sua criação fizeram a diferença na vida deles e de toda a sociedade. 

A minha mãe sempre me ensinou a me preocupar com as pessoas invisíveis e a tratá-las com respeito e atenção. Por que fazer alguém feliz com uma simples caixa de bombom, pode não significar nada para você, mas para muita gente pode ser a única alegria no Natal. Aliás, essa é a diferença entre o presente que recebi de minha cliente e o presente do lixeiro: ambos foram dados com amor, mas o do lixeiro tem um significado especial! Feliz Natal!


Sylvana Machado Ribeiro.