"E não é que neste mundo tem cada vez mais gente e cada vez menos pessoas?" Mafalda (personagem do cartunista argentino Quino)
Odeio controle remoto! Essa
frase poderia terminar aqui. Mas me sinto na obrigação de explicar o porquê de
tanto ódio. Tenho até vergonha de repeti-la, mas é a pura verdade: odeio
controle remoto!
Não sei por que, mas controle remoto
não funciona comigo, nunca funcionou e acho que nunca vai funcionar. E eu sempre tento usá-lo por que sou uma
pessoa persistente e não desisto fácil. Mas mesmo com a esperança que dá
próxima vez vai ser diferente, o fato é que comigo nunca é!
Primeiro porque todas as vezes
que me deparo com uma televisão e o seu respectivo controle-remoto, sempre
existem pelo menos três disponíveis.
Aí começa a luta: qual é o
controle correto? Daí, quando descubro o certo e tento ligar o botão do “liga e
desliga”, ele simplesmente não funciona. Às vezes, é por que a bateria está
fraca, outras vezes é mau contato, e outras é por que peguei o controle errado.
Daí eu perco a paciência e desisto.
Às vezes acabo chamando alguém
para me ajudar, mas nunca tem ninguém disponível. Resultado: o programa que eu
queria assistir acaba e nunca assisto televisão quando quero, o que, aliás, não
é uma perda tão grande assim.
Meu irmão costuma dizer que o
problema é entre o controle e o usuário. E ele não deixa de ter razão. Mas não
sou eu que não gosto de controle remoto, acho que são eles que não gostam de
mim, já que eu faço tudo certo, mas eles se recusam a funcionar comigo!
Eu desconfio até que o
fabricante coloca chips em todos os controles remotos fabricados com um código secreto
que diz: não funcione na mão da Sylvana. Só pode ser. É a única explicação
plausível, já que eu não sou burra, sou bem atualizada em tecnologias, uso
computador, smartphone, whatzap, enfim, tenho até dois blogs na internet que eu
alimento sozinha e nunca tive nenhum problema na utilização de tecnologias
modernas, mas, quando pego um controle remoto eu fico louca! Por que será?
Acho que tive algum trauma de
infância que resultou nessa incapacidade psicológica de usar controle remoto que
eu chamaria de “controlofobia”, o que poderia significar medo de controle remoto!
Não sei se essa doença já foi detectada
pelos cientistas, mas eu lhes asseguro que eu a tenho. Então, ela deve existir,
só não foi descoberta ainda. Quem sabe até o final do século vão detectá-la e
diagnosticá-la a tempo de me curar?
Se alguém tiver o mesmo
problema ou conhecer alguém que tenha os mesmos sintomas que eu, por favor, me avisem. Estou
pensando seriamente em formar um grupo dos portadores de controlofobia para
trocarmos experiências. Quem sabe isso não ajuda a acelerar as descobertas?
Alguém se prontifica a me ajudar?
Sylvana Machado Ribeiro.