quarta-feira, 25 de março de 2015

Odeio Controle Remoto.


"E não é que neste mundo tem cada vez mais gente e cada vez menos pessoas?" Mafalda (personagem do cartunista argentino Quino) 





Odeio controle remoto! Essa frase poderia terminar aqui. Mas me sinto na obrigação de explicar o porquê de tanto ódio. Tenho até vergonha de repeti-la, mas é a pura verdade: odeio controle remoto!

Não sei por que, mas controle remoto não funciona comigo, nunca funcionou e acho que nunca vai funcionar.  E eu sempre tento usá-lo por que sou uma pessoa persistente e não desisto fácil. Mas mesmo com a esperança que dá próxima vez vai ser diferente, o fato é que comigo nunca é!

Primeiro porque todas as vezes que me deparo com uma televisão e o seu respectivo controle-remoto, sempre existem pelo menos três disponíveis.

Aí começa a luta: qual é o controle correto? Daí, quando descubro o certo e tento ligar o botão do “liga e desliga”, ele simplesmente não funciona. Às vezes, é por que a bateria está fraca, outras vezes é mau contato, e outras é por que peguei o controle errado.  Daí eu perco a paciência e desisto.

Às vezes acabo chamando alguém para me ajudar, mas nunca tem ninguém disponível. Resultado: o programa que eu queria assistir acaba e nunca assisto televisão quando quero, o que, aliás, não é uma perda tão grande assim.

Meu irmão costuma dizer que o problema é entre o controle e o usuário. E ele não deixa de ter razão. Mas não sou eu que não gosto de controle remoto, acho que são eles que não gostam de mim, já que eu faço tudo certo, mas eles se recusam a funcionar comigo!

Eu desconfio até que o fabricante coloca chips em todos os controles remotos fabricados com um código secreto que diz: não funcione na mão da Sylvana. Só pode ser. É a única explicação plausível, já que eu não sou burra, sou bem atualizada em tecnologias, uso computador, smartphone, whatzap, enfim, tenho até dois blogs na internet que eu alimento sozinha e nunca tive nenhum problema na utilização de tecnologias modernas, mas, quando pego um controle remoto eu fico louca! Por que será?

Acho que tive algum trauma de infância que resultou nessa incapacidade psicológica de usar controle remoto que eu chamaria de “controlofobia”, o que poderia significar medo de controle remoto!  Não sei se essa doença já foi detectada pelos cientistas, mas eu lhes asseguro que eu a tenho. Então, ela deve existir, só não foi descoberta ainda. Quem sabe até o final do século vão detectá-la e diagnosticá-la a tempo de me curar?

Se alguém tiver o mesmo problema ou conhecer alguém que tenha os mesmos sintomas que eu, por favor, me avisem. Estou pensando seriamente em formar um grupo dos portadores de controlofobia para trocarmos experiências. Quem sabe isso não ajuda a acelerar as descobertas? Alguém se prontifica a me ajudar?

Sylvana Machado Ribeiro.  


sábado, 21 de março de 2015

A linguagem da criança é o amor.

"Há muros que só a paciência derruba. E há pontes que só o carinho constrói" Cora Coralina.


                                
Não consigo entender a monetarização das relações familiares. Os adultos crescem, casam, têm filhos e se esquecem de o que é ser criança. Não tenho filhos, mas sou uma tia (madrinha) orgulhosa e presente! Desde que meus sobrinhos amados nasceram eu reaprendi a viver. E descobri que para entender as crianças é preciso entrar no mundo delas. Isso eu aprendi com eles. É preciso ser novamente criança. E no mundo da criança não existe dinheiro. Mas existe amor. A criança não entende a contabilidade da sobrevivência. O que ela entende é a linguagem do amor. E o amor que ela entende é tão somente o amor da atenção, da presença, da participação efetiva dos pais em sua vida. E no seu mundinho infantil ela não quer brinquedos caros ou artigos de luxos. Ela que amor.  Ela quer ser ouvida, quer aprender coisas novas, quer ter a certeza de que pode contar com você quando precisar. Ela quer simplesmente atenção!E se você não der sua atenção nas pequenas coisas do dia a dia de seu filho, você fracassará na sua missão de ser pai ou mãe. E não haverá dinheiro no mundo que pagará esse erro. Você não comprará a felicidade de seu filho se não lhe der atenção! Quem ama educa, mas educar não se resume a pagar colégios caros e roupas de grife! Para educar tem que participar todo dia, toda hora, dos pequenos acontecimentos, das pequenas vitórias e até dos fracassos. Não abandone seu filho por que você tem que ganhar mais dinheiro, pois esse é único erro imperdoável na criação dos filhos. E esse erro costuma cobrar um preço muito alto! Portanto, pare hoje e comece a dar mais atenção ao seu filho, antes que a conta chegue! E essa conta costuma chegar tarde demais, quando já não há mais tempo para pagar os juros... Pense nisso!


Sylvana Machado Ribeiro.

quarta-feira, 18 de março de 2015

Ouvir é bem mais que escutar.

“Não podemos acrescentar dias à nossa vida, mas podemos acrescentar vida aos nossos dias”
Cora Coralina



Ouvir é bem mais que escutar.

Algumas histórias vividas nos vêm à lembrança quando alguém nos conta. Outras ficam em nossa memória para sempre. E algumas se repetem ao longo da vida, em várias circunstâncias, que a gente nem imagina. Mas todas elas servem para nos ensinar alguma lição. E a vida, meu amigo, é feita de lições. Uns aprendem e outros nem se dão conta disso.

Há muito tempo li em um artigo científico que a gente escuta com a cabeça e não com os ouvidos. Tenho que admitir, nunca tinha pensado sobre isso, mas é a mais pura verdade. Vou tentar demonstrar isso contando três histórias que aconteceram comigo em ocasiões diversas. E em todas elas eu não ouvi com a cabeça e, por isso, não entendi nada o que escutava.

Na primeira eu tinha apenas quatro anos de idade e já convivia com “gringos”. Eram americanos, amigos de meu pai, que frequentavam a nossa casa. Alguns até se hospedavam conosco. E eu não entendia nada que eles falavam. Um dia estava eu a brincar no meu velocípede, no quintal de casa, quando avistei no portão um “gringo” chegando para nos visitar.  De longe eu percebi que se tratava de um americano, e logo comecei a falar enrolado, imitando-o.  Minha mãe ouvindo aquilo, olhou para o portão e viu que tínhamos visita estrangeira. Ela morreu de rir da minha percepção sobre a nacionalidade de nosso visitante.  

Mas, o mais engraçado, naquele dia, ocorreu na hora do almoço, quando nosso convidado me pediu para que eu lhe ensinasse português. Ele apontava para os talheres à mesa e me perguntava como se falava aquilo em português. Daí, eu cochichei para minha mãe e disse: - mãe eu vou ensinar português errado pra ele. Ele não vai entender nada mesmo.  Nesse dia eu aprendi que quando não sabemos nada sobre um assunto, tudo que nos for contado  a respeito vai parecer verdadeiro. Muito importante essa lição!

Já na adolescência, eu tinha 16 anos, e fui morar nos EUA com toda a minha família. Logo que cheguei à casa que alugamos, eu liguei a televisão para assistir ao jornal local. E surpresa: não entendi absolutamente nada! É que a velocidade da língua falada é muito rápida, e quem não está acostumado não consegue entender mesmo. Eu já sabia um pouco de inglês, pois sempre estudei em escolas particulares e, antes de nos mudar, fiz um curso de conversação e achava que estava preparada para entender qualquer coisa. Que ilusão! Não adianta saber inglês se o seu ouvido não está acostumado com a velocidade da língua. Só com o tempo que a gente vai treinando os ouvidos e entendendo alguma coisa. Aprendi com isso que, não importa quem está falando, se quem está escutando não entende nada! Muito importante essa segunda lição!

A última lição aconteceu quando eu já era uma acadêmica de Direito. Já cursava o último ano do curso e estava fazendo o estágio supervisionado que consistia em assistir audiências e sessões de julgamento nos Tribunais Superiores. Um dia fui assistir a um julgamento no Tribunal Superior do Trabalho e adivinhem o que aconteceu? Eu não entendi absolutamente nada do que os Ministros estavam falando. Parecia que estavam falando em outro idioma. É bom esclarecer aqui que a matéria tratada em Tribunais Superiores é sempre de Direito, e, portanto, é preciso ter conhecimento técnico-jurídico para entender. Nesse dia aprendi que se você não tem conhecimento técnico sobre algo, é melhor nem escutar, pois, não vai entender nada. Portanto, estude e aprimore seus conhecimentos técnicos sempre, pois; isso vai fazer a diferença na sua profissão, seja ela qual for.  

Hoje eu entendo que por mais que eu estude sempre há mais alguma coisa a aprender. E que não basta escutar; é preciso saber ouvir e entender o que se ouve. Enfim, ouvir é bem mais que escutar.   

Sylvana Machado Ribeiro. 

segunda-feira, 16 de março de 2015

O Jogo da Justiça.


"QUEM ELEGEU A BUSCA NÃO PODE RECUSAR A TRAVESSIA"

GUIMARÃES ROSA




O Jogo da Justiça.

(em homenagem a Francisco e sua pequena Rafaela)

 Hoje escutei uma história muito interessante de um amigo advogado. Ele, advogado experiente, de família tradicional do Direito, sempre conversava sobre suas causas na Justiça com sua família. E sua filha pequena escutava aquilo, mas não entendia nada, devido a sua pouca idade. Certa vez ele estava levando-a para escola e de repente ela lhe perguntou: -Pai como é esse negócio de Justiça? Como funciona? Ele muito cuidadoso, pensou em como lhe explicar de forma simples para que ela entendesse. E como ela, apesar da pouca idade, já era uma torcedora apaixonada pelo flamengo e gostava muito de futebol, ele lhe respondeu: - Filha imagina uma partida de futebol entre o Flamengo e o Fluminense. A justiça é a mesma coisa. Na partida de futebol tem os jogadores que estão disputando o jogo, na justiça são as pessoas que estão disputando uma demanda, uma lide, enfim, um jogo. No futebol, tem o Juiz que é aquele homem de preto que acompanha o jogo e apita quando um jogador comete um erro. Na justiça, temos o Magistrado que faz a mesma coisa, apita quando uma das partes comete um erro. E ela perguntou?- E o promotor pai? O que faz um promotor?-O Promotor filha é aquele homem com a bandeirinha que fica observando a partida para mostrar ao juiz os erros dos jogadores. E os advogados pai? -Os advogados filha, são os jogadores que estão disputando o jogo. -Ah! Pai entendi, disse ela. Então, os advogados são as estrelas do jogo, né pai? E ele respondeu: - Isso mesmo filha! Você entendeu tudo! 

Sylvana Machado Ribeiro. Brasília, 27 de fevereiro de 2015.

domingo, 15 de março de 2015

Profissão: Mãe.

"Todas as pessoas querem deixar alguns vestígios para a posteridade. Deixar alguma marca. É a velha história do livro, do filho e da árvore, o trio que supostamente nos imortaliza. Filhos somem no mundo, árvores são cortadas, livros mofam em sebos. A única coisa que nos imortaliza - mesmo - é a memória de quem amou a gente."
Martha Medeiros. 



                                                     Profissão: Mãe.

Mãe deveria ser eterna, mas não é. Mãe não perde o emprego. Não tem direitos trabalhistas, verbas rescisórias, seguro-desemprego, nem FGTS. Mãe não faz vestibular. Não presta concurso.  Mãe não tem direitos, só obrigações. Mãe não tem salário, nem reconhecimento.  Mãe não tem sequer outra mãe para se queixar! Mãe não tem direito a ficar chateada. Não pode se sentir cansada. E ficar triste, nem pensar! Mãe não pode chorar. E tem que ter super-poderes. Tem que adivinhar o que o filho quer. Tem que saber o que é melhor para ele. E ainda tem que ter a fórmula mágica para nos ajudar sempre! Mãe sabe de todos os nossos segredos. Tem todas as soluções para nossos problemas.  Mãe sabe perdoar. Sabe amar. Sabe dar. Mãe sabe aconselhar e conciliar como ninguém. Mãe sabe julgar, com sabedoria. Mãe só não faz falta por que ela é inerente ao nosso estado latente de filho ingrato! Sem nossa mãe não somos nada. Sem ela sequer temos vida. Sem ela sequer sabemos o que somos ou o que podemos ser. Sem seus conselhos não temos a menor chance de deixarmos de ser filhos. E deixar de ser filho significa que estamos preparados para enfrentar a vida sem a nossa mãe. E quando ficamos maduros para enfrentar a vida é que precisamos ainda mais de nossa mãe. Por que sem ela não somos autênticos para admitir que por mais que cresçamos ainda temos uma criança dentro da gente que insiste em gritar: mãe me ajude, eu preciso de você. Eu te amo!    

Sylvana Machado Ribeiro. 

quarta-feira, 11 de março de 2015

A LISTA


E eu que sempre pensei em participar de alguma lista, nunca imaginei que logo essa me daria inveja. Sim por que não tem outro sentimento mais legítimo que esse: inveja, e da boa!E existe inveja da boa? Não seria um pleonasmo? Sim, porque toda inveja é da boa, por que se fosse da ruim, não seria inveja, seria menosprezo.  





Passamos a vida toda aprendendo que participar de uma lista é uma coisa boa. Desde nosso nascimento, até a maturidade, estamos sempre participando ou querendo participar de alguma lista. Não interessa qual, mas se tivermos em uma lista significa alguma vitória. Então, aprendemos que estar em uma lista é sinal de ascensão social, profissional, satisfação pessoal e sucesso.

Quando nascemos queremos estar na lista dos normais, explico; daqueles bebês que não tem nenhum problema de saúde ou anomalia genética.

Na infância queremos estar na lista dos engraçadinhos, ou espertos. Mas essa é fácil, por que, todo pai conta as histórias dos filhos com orgulho e dizendo: - meu filho é tão especial... Nunca vi nenhum filho menos especial, pois, se é que existe, os pais não contam.

Já na adolescência queremos estar na lista dos inteligentes e talentosos. Essa é mais difícil por que não depende só da opinião dos pais. Temos que passar pela aprovação dos colegas e professores. E quando somos aprovados nos trabalhos extracurriculares do colégio para fazer parte do grupo de teatro ou de dança nos sentimos “os escolhidos”. E achamos que essa lista é a mais importante de nossas vidas. E não deixa de ser por que a adolescência é uma fase muito importante e complicada ao mesmo tempo. E fazer parte de qualquer lista nessa fase é realmente um mérito e uma benção! Mas, nem imaginamos o que vem por aí...

Daí chega à fase da preparação para a vida adulta. Temos que estudar muito para conseguir entrar na lista mais difícil de nossa vida: a do vestibular ou ENEM. É que essa lista realmente depende exclusivamente de nós. Fazemos de tudo para estar nessa lista. Desdobramos-nos de todas as formas para conseguir entrar para a faculdade. E mesmo que não tenhamos nenhuma vocação para um curso específico, não importa, o que realmente queremos é estar na lista dos aprovados. Depois pensamos no que vamos fazer da vida. E finalmente conseguimos!

Já na faculdade começamos a enxergar que nem toda lista é importante. Por que descobrimos que estar na lista nem sempre é sinal de merecimento. Começamos a enxergar que a vida não é do jeito que pensávamos e colocamos em dúvida tudo o que aprendemos até então. Percebemos, pela primeira vez, que nem toda lista é verdadeira. E que para estar na lista às vezes depende mais dos outros do que de nós mesmos. É uma fase de descobertas.

Já na fase adulta, quando temos que lutar pela nossa sobrevivência, percebemos que todo nosso esforço pessoal pode nunca ser reconhecido se não estivermos em uma lista. Essa é a fase mais difícil por que essa é a confirmação de que valeu a pena todo nosso esforço na vida estudantil. E que realmente merecemos estar em alguma lista: dos empregados, dos concursados, dos autônomos, dos empresários, dos políticos, enfim, dos bem sucedidos! Nessa fase a única lista que não nos interessa é a dos fracassados.

O fato é que durante nossa preparação para a vida não nos ensinam sobre a relatividade das listas. E que para estar em qualquer lista, seja dos bem sucedidos ou dos fracassados, não depende somente de nós. E que, às vezes, estar em uma lista ou em outra, depende mais de fatores externos, que oscilam com a ocasião, do que do nosso sucesso ou fracasso. E que para estar em uma lista de derrotados a culpa é só nossa. Mas, para estar em uma lista de vitoriosos, o mérito é de todos; ainda que se prove o contrário.     

E durante nossa vida ninguém nos ensina que às vezes estar em uma lista pode ser nossa maior glória ou nossa pior derrota. E que estar na lista nem sempre é sinônimo de vitória ou de merecimento. E que a lista dos aprovados de hoje pode ser a dos fracassados de amanhã. Ou que a lista dos escolhidos de hoje pode ser a dos condenados de amanhã. E que o mais importante não é estar na lista e sim merecer estar, apesar de não estar. Por que nem sempre mérito significa merecimento. E que o sucesso de hoje pode nos levar ao fracasso de amanhã. E que nem tudo que reluz é ouro... pode ser ferro, algemas, xadrez, condenação ou livramento. E que com a mesma medida que você julga ser importante estar em uma lista, você pode ser julgado por estar ou por não estar. E que nem toda lista é “A Lista”.      

Sylvana Machado Ribeiro.



segunda-feira, 9 de março de 2015

Roberto Carlos. O Rei e Eu.

O Rei e Eu. 

(Em homenagem ao Rei Roberto Carlos)

São tantas emoções... 
E é claro que não preciso dizer quem é o Rei. Ele é único, inigualável, apaixonante e supersticioso. E para fã como eu, nenhum sacrifício é demais. Eu faria qualquer coisa para assistir ao Show dele em Brasília. São tantas diversões...

E fiz. Preparei-me por meses para ir ao Show. E ainda fiz uma linda homenagem para ele. Como eu estava na fase de escrever acrósticos, pensei: vou fazer um acróstico para ele usando alguns trechos de suas músicas. São tantas intenções...

Fiz, coloquei em um quadro com moldura, embrulhei para presente e guardei. Assim, quando ele abrisse seria a maior surpresa de sua vida! Seria; mas não foi. E eu só fui descobrir o motivo alguns meses depois. São tantas frustrações...  

No dia do Show fomos várias mulheres da família, felizes da vida, para assistir ao Rei Roberto Carlos. Algumas vieram de Goiânia só para o Show. E valeu a pena. Eu chorei do começo ao fim. São tantas emoções... 

É que o Show dele é maravilhoso mesmo. E não tem como explicar. Só assistindo para saber, para sentir, enfim, para se emocionar. São tantas ilusões...  

Antes de começar o Show pedi para uma prima entregar o presente para os seguranças que estavam perto do palco. E ela se despencou lá de cima do camarote para entregar a encomenda. Os seguranças que receberam o embrulho lhe garantiram que todos os presentes de fãs são entregues diretamente para ele. É lógico que passa pela assessoria dele antes, para averiguação do conteúdo, por motivo de segurança. Mas, que chega até ele, chega! São tantas precauções...  

Eu fiquei super feliz. E já imaginava minha homenagem sendo lida por ele, antes do Show, e ele ficando tão feliz que até me chamaria ao palco para me agradecer pessoalmente! Que imaginação! São tantas pretensões... 

Naquela noite eu nem dormi direito só de pensar como seria a reação dele ao ler meu acróstico. São tantas desilusões...

Passado alguns meses do Show, e sem receber nenhuma carta ou email de agradecimento do Rei, eu já me sentia a última das poetizas. E eu já tinha me conformado com o fato dele não ter gostado da minha singela homenagem. Afinal, ele é o Rei, e Rei pode tudo, certo? Errado. Ele não leu! E se não leu, não pode ter gostado ou desgostado. Ele, simplesmente, não leu! São tantas decepções...   

E eu só descobri isso alguns meses depois.  É que eu estava no salão de beleza, cortando meu cabelo, quando li em uma revista de fofoca, que Roberto Carlos não gosta da cor marrom! E como ele é supersticioso, abomina qualquer coisa que tenha essa cor. Seja o que for, de roupas às obras de arte, qualquer coisa, ele nem chega perto... Manda jogar fora de imediato! São tantas superstições...

Assim, acabou o mistério: ele não recebeu o quadro. Ele não leu. A assessoria dele abriu, viu que o quadro era marrom e jogou fora. Simples assim! Resultado: aprendi que fã que se preze deve saber tudo sobre seu ídolo, sob pena de nunca poder homenageá-lo. São tantas lições...  

Enfim, já que ele não leu e talvez nunca queira ler, resolvi publicá-lo aqui no meu Blog de crônicas para conhecimento de todos. Quem sabe alguém não mostre para ele um dia. São tantas intenções, são tantas recordações, são tantas emoções...
                          
                  Sylvana Machado Ribeiro.


Então, aí vai meu acróstico para Roberto Carlos:

R aras vezes vivemos momentos lindos,
O lhando você encontramos amor verdadeiro.
B oas lembranças de pessoas queridas,
E ternizadas em suas canções, divinamente!
R ei brasileiro da música romântica,
T em sempre respostas em forma de poesia.
O uvindo você elevamos a nossa alma!

C omo podemos agradecer, “Do fundo do coração”?
A inda há tempo de dizer: “Amor maior não há”...
R esta-nos confirmar: “Como é grande o meu amor por você”.
L indas histórias cantadas com paixão,
O ntem, hoje, amanhã... em nossa memória ficarão.
S audade eterna reinará  em nosso coração!  

Sylvana Machado Ribeiro.


Brasília, 17 de maio de 2013.

sexta-feira, 6 de março de 2015

Troque os Shoppings pelas Igrejas.



Troque os shoppings pelas igrejas! Parece que esta frase não significa nada, mas, na verdade ela tem um significado fundamental na nossa eterna busca pela felicidade.

Trocar os shoppings pelas igrejas, significa trocar a importância que você dá as coisas, pelas pessoas, ou seja, dê mais valor ao que as pessoas são, pensam, sentem e fazem do que ao que você compra. As coisas não têm esse valor todo que o seu talão de cheques dá. As coisas não conversam com você quando você está triste, não te dão conselhos, não te escutam, não te elogiam, não te encorajam, não te dão um abraço apertado, um beijo carinhoso, não te fazem companhia nem nas horas tristes nem nas alegres, enfim, as coisas não te dão felicidade. Você pode comprar o que for que, um dia depois você já não se importa tanto como no dia em que adquiriu. Por que será? Por que as coisas não trazem nenhuma felicidade. Podem até dar uma certa alegria, mas, essa sensação é tão passageira que às vezes não vale o esforço da compra.

As pessoas sim podem até te decepcionar, às vezes, mas, sem elas não há vida e não há razão para se adquirir as coisas. Do que adianta comprar tantas coisas se não temos com quem compartilhar? As coisas existem para nos servir e não o inverso. É por isso que temos que dar mais valor às pessoas do que as coisas.

Medimos a felicidade pelo número de pessoas que conquistamos e amamos e não pela quantidade de coisas que compramos. E quem não consegue enxergar isso está precisando comprar uns óculos o mais rápido possível. E só quem entender isso é que consegue entender o verdadeiro significado da famosa frase do Pequeno Príncipe quando ele diz que: “somente se vê bem com o coração, o essencial é invisível aos olhos.”

Faça de sua vida uma eterna conquista de pessoas e lembre-se que para se alcançar a tão almejada felicidade temos que colecionar pessoas e jamais coisas!

Sylvana Machado Ribeiro.