segunda-feira, 9 de março de 2020

Porque sim, nós choramos!


Porque sim, nós choramos!
Nunca me esqueço de uma frase que marcou minha vida. E quem me disse foi um colega advogado que me deu o meu primeiro emprego em seu escritório. Ele, ao contrário da maioria dos advogados daquela época, gostava de contratar advogadas mulheres, pois via as várias qualidades e vantagens de se trabalhar com mulheres.
E ele um dia me disse: _ gosto de trabalhar com mulheres porque elas são mais caprichosas, persistentes, atentas, organizadas, educadas e responsáveis! E logo completou: _o único problema delas é que elas choram! Nunca me esqueci dessa última frase e de seu duplo sentido. Se fosse hoje eu completaria: _e ainda bem que elas choram, né? Imaginem se não chorassem? O que seria da humanidade?
Sim, nós choramos e vamos continuar chorando. E isso não é ruim não, pelo contrário, essa é a característica que nos diferencia dos homens! E graças a Deus que é assim! Pois é o choro da mulher que freia a maioria dos absurdos que os homens pensam em fazer e fazem sem chorar.
Eu poderia dar muitos exemplos aqui, mas hoje vou me ater a apenas um que aconteceu comigo e com a minha afilhada Ludmilla. Ela tinha 4 anos, a época, e nós estávamos em uma festinha de uma amiguinha. E ela estava participando de uma brincadeira com as crianças de adivinhar qual era a música. Ela acertava todas e estava ganhando o jogo. Daí o animador da festa, que era homem, sem a menor sensibilidade, começou a ignora-la para dar chance para as outras crianças acertarem. Ela percebendo isso começou a chorar porque ela estava participando e acertando as músicas e ele a ignorava! Eu estava assistindo aquilo e sentindo a tristeza dela por ser ignorada. Afinal, isso não era justo pois ele estava trapaceando no jogo e fazendo-a perder! Eu não podia fazer nada pois não podia me intrometer no jogo do animador e das crianças. Mas, eu fiquei tão triste por ela que comecei a chorar pela injustiça que ela estava passando. Daí me afastei e chamei minha irmã, Mylena, mãe da Ludy, para que ela resolvesse a situação. E ela sem se importar com o ridículo foi até o animador e com a cara e a coragem questionou a sua atitude de ignorar as respostas da Ludy. Ele, ficou muito sem graça e reconheceu que estava errado e deu o prêmio para a Ludy pois ela estava acertando tudo!
Agora eu me pergunto: se não fosse o meu choro a Ludmila teria passado a primeira situação de injustiça em sua vida! Mas o choro das mulheres é poderoso e muda o mundo! Portanto, amigas guerreiras, nunca desistam de lutar por seus objetivos, mas, também, não deixem de usar a arma mais poderosa que nós mulheres temos que é a nossa sensibilidade e senso de Justiça. E nunca se esqueçam que nós com nosso choro podemos mudar o mundo para melhor!
Parabéns as guerreiras do mundo! Feliz Dia das Mulheres!
Sylvana Machado Ribeiro.

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